Este ano, na vila transmontana, o foco esteve na temática “empreender em rede: agrupamentos e cooperação”, numa iniciativa que se assume como uma ação de sensibilização da população para com o Prémio EDP Empreendedor Sustentável.
Um primeiro contacto com este programa, que tal como foi referido vai muito além da atribuição de um prémio monetário, tem como objetivo a dinamização económico-social das comunidades abrangidas pelo complexo hidroelétrico do baixo sabor, estimulando e capacitando os locais para serem agentes ativos em todo este processo.
Desde a instituição deste programa, que garante formação e consultoria gratuitas aos empreendedores, distinguindo os melhores com um prémio monetário, já foram criado 60 novas empresas nos concelhos abrangidos. Alfândega da Fé lidera a lista, só neste concelho surgiram 12 novas empresa, no último ano. Tal faz de Alfândega da Fé o 2º concelho a nível nacional com maior capacidade empreendedora, só sendo suplantado pelo de Santa Maria da Feira.
Fruto da dinâmica gerada pelo Prémio EDP Emprendedor Sustentável, mas também por toda uma estratégia municipal que vê no estímulo e apoio à capacidade empreendedora das suas gentes um dos pilares para o desenvolvimento sustentável do concelho.
Nos últimos anos a autarquia tem vindo a apoiar o surgimento de novos negócios, não só com esta cooperação com a EDP e SPA Consultadoria, mas também através de um programa de licenciamento de unidades produtivas, que permitiu já a entrada em funcionamento de 7 micro empresa do ramo agroalimentar.
No fundo trata-se de criar as condições e fornecer o apoio técnico necessário, para que pequenos negócios familiares se possam organizar, obter apoios e conquistar escala. Uma aposta e valorização dos saberes tradicionais, que passa por setores como a produção de queijo, fumeiro, compotas e licores.
Um caminho para fazer face aos tempos de crise, que hoje se atravessam, escolhido, por exemplo, por Maria de Lurdes Ferreira, que fez jus a um dos lemas do empreendedor e na adversidade encontrou uma oportunidade. A doença de um familiar levou-a a confecionar alheiras de aves (tal como diz a história que seriam as originais), a ideia saiu da cozinha de casa para o Gabinete de Apoio ao Empreendedor do Município e levou a uma inscrição no Prémio EDP Empreendedor Sustentável. As alheiras Light de Maria de Lurdes Ferreira, assim como os enchidos confecionados na unidade produtiva, foram apresentados durante as Jornadas Municipais do Empreendedorismo e Dinamismo Empresarial.
Outros projetos estiveram presentes, é o caso das Casas do Bairrinho, turismo rural na freguesia de Sambade ou da Quinta da Serrinha, uma espécie de Eco Resort que Daniel Martins quer construir no concelho. Este jovem, licenciado em engenharia ambiental, aposta num conceito de turismo Ecológico e auto sustentável para criar o próprio negócio, e vê nas redes e parcerias com outros agentes locais um meio privilegiado para o sucesso do negócio.