Cancro da Tiróide atinge 400 portugueses por ano e a incidência tende a aumentar

No dia 24 de Setembro assinala-se o Dia de Sensibilização para o Cancro da Tiróide e a Associação das Doenças da Tiróide e o Grupo de Estudos da Tiróide (GET) da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) lembram a importância da deteção precoce desta patologia que afeta 400 pessoas por ano no nosso país e cuja incidência está a aumentar.

Segundo o GET há mais de um milhão de portugueses afetados por doenças da tiróide. Este tipo de patologias são bastante comuns e afetam sobretudo mulheres sendo os principais distúrbios o hipotiroidismo e o hipertiroidismo.

Maria João Oliveira, endocrinologista, explica que “nas últimas décadas tem-se registado um aumento dos casos de cancro diferenciado da tiróide, em Portugal e também noutros países desenvolvidos. Tal é também devido à maior sensibilidade dos meios auxiliares de diagnóstico. Há um maior risco em pessoas submetidas previamente a radioterapia da cabeça e pescoço ou outra forma de radiação, com história familiar de patologia maligna da tiróide, quando apresentam determinadas patologias malignas endócrinas”.

O prognóstico do cancro da tiróide é, em geral, excelente, embora cerca de 20% dos casos possam ter um prognóstico mais reservado. O diagnóstico e tratamento precoces do cancro da tiróide, são, no entanto, determinantes.

Manter a vigilância periódica é essencial para a deteção precoce de uma eventual recidiva. Ainda que na maioria dos casos a doença esteja localizada, por vezes pode haver disseminação (metástases) no pescoço e a outras partes do corpo muito anos depois da cirurgia. Por esta razão, os médicos recomendam que os doentes com cancro da tiróide mantenham a vigilância regular para toda a vida, mais importante nos primeiros 5 a 10 anos.

A endocrinologista considera fundamental “a divulgação e informação sobre a patologia nodular da tiróide entre os profissionais de saúde e a população em geral. Contudo, o pedido de exames deve ser criterioso pois pode levar a um sobrediagnóstico de pequenos nódulos da tiróide sem significado patológico ou interesse clínico que conduzem a uma ansiedade excessiva no doente e seus familiares”.

Celeste Campinho, presidente da ADTI, refere que “o sucesso do tratamento do cancro da tiróide depende de uma deteção precoce e da vigilância periódica”, E lembra que “o apoio aos doentes da tiróide e seus familiares existe e a associação tem meios para esclarecer e desmistificar as questões colocadas pelos associados. Queremos divulgar que através da ADTI, os doentes com cancro da tiróide e seus familiares sentir-se-ão acompanhados.”

O cancro da tiróide é um tumor maligno da glândula tiroideia. Aparece habitualmente sob a forma de nódulo do pescoço, quase sempre sem dor. Os cancros da tiróide mais frequentes são o cancro papilar e o folicular que se agrupam nos chamados cancros diferenciados da tiróide.

Sobre a Associação das Doenças da Tiróide – A ADTI foi criada no dia 24 de fevereiro de 2012 por um grupo de cidadãos que sentia a necessidade da existência de uma associação de doentes com patologia da tiróide.

A missão da ADTI passa pela defesa dos interesses e a representação dos doentes da tiróide, apoiar e informar os associados e a comunidade sobre as disfunções da tiróide, aumentar a consciencialização sabre a saúde da tiróide, cooperar com os profissionais de saúde na divulgação do conhecimento, no apoio e no tratamento de doentes com problemas da tiróide, promover a divulgação dos resultados da investigação sobre a prevenção de doenças da tiróide e intervir junto da administração pública na defesa dos interesses dos doentes e na resolução de problemas relacionados com as doenças da tiróide.

Sobre o Grupo de Estudo da Tiróide da SPEDM - O Grupo de Estudo da Tiróide foi criado no âmbito da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) em 1998. Este grupo é constituído por pessoas com um interesse especial nas doenças da tiróide encontrando-se aberto à participação de todos os sócios da SPEDM que pretendam integrá-lo. Congrega atualmente especialistas em Endocrinologia, Medicina Núclear, Cirurgia e Biologia Molecular.

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